sábado, 28 de janeiro de 2012

2002 - Fórmula Renault Brasil - A vitória da política sobre o esporte.

Fórmula Renault Brasil


              O ano começou e eu estava muito feliz com a minha melhor atuação da minha carreira no Automobilismo. Mas era preciso deixar as comemorações de lado e começar a trabalhar. Este ano iria estreiar a Fórmula Renault Brasil, uma categoria organizada pelo ex piloto de F1 Pedro Paulo Diniz, uma excelente categoria, com carros totalmente novos, transmissao ao vivo pela band, algo inédito no Automobilismo Brasileiro, tinha outros atrativos também, o Campeão ganhava uma Temporada na Fórmula Renault Italiana.
               Então fomos a luta, meu pai preparou toda a papelada do projeto para ser encaminhado na Fundesporte. Surgiu a notícia de que somente o meu projeto iria ser aprovado, a verba do governo estava curta e eles só poderiam apoiar um piloto do automobilismo, e como eu fui eleito por eles o melhor piloto do ano anterior nada mais justo. Mas esta notícia não veio somente para mim, ela foi para outros pilotos, eles buscaram meios politicos, ai a corda arrebenta do lado mais fraco, um presidente de camara aqui, um senador ali, então fizeram pressão para que se aprovassem o meu projeto o deles teriam que ser também, e o Governo decidiu que nenhum projeto para o automobilismo seria aprovado, meu projeto foi negado, é claro que o parecer final não foi esse, me falaram que eles não podiam avaliar quem teria o direito de ganhar o patrocínio, mas avaliar o ano anterior quem foi o melhor eles conseguiram, é foi a dura realidade, não tinha outros meios para captar recursos, na época em Mato Grosso do Sul não haviam empresas de nome, então aquele ano tinha acabado para mim, todas as equipes estavam ocupadas.
               Passei o ano pensando sobre minha carreira, buscando as empresas com meu pai, mas era tarde, todas ja tinham fechado seu pacote de marketing no ano anterior, a lei de incentivo estava para mudar no fim do ano, os esportistas estavam para ficar de fora, e as verbas só iriam para as federações, para organizarem os eventos esportivos.
               Era muito triste, mas eu não podia me abalar, estava com minha carreira em ascensão, mas parecia o fim, não via outra solução, para ir nas empresas teria que viajar, nao tinha como custear, o desejo de pilotar continuava, eu queria estar nas pistas, queria trabalhar com carro de corrida, era meu grande talento. Estava parado sem estudar, sem trabalhar, sem correr, precisava agir na minha vida.
               Decidi algo inédito na minha vida, entrei em contato com meu antigo preparador na Hot- Fusca, o Faracco. Conversei com ele que estava interessado em trabalhar na oficina dele, podia começar como lavador de peça, auxiliando na mecanica, pedi um salario de 100 reais por mês, coisa bem simbolica. Fui aprendendo algo novo, como era a mecânica num todo, senti a graxa na mao, o calor do motor, foram alguns meses, até as ferias, algo muito valido, para mim e para minha carreira.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

2001 - Fórmula Chevrolet - Emoção a flor da pele



Fórmula Chevrolet - Rio de Janeiro



                  O ano começou com muita expectativa, a Brasil Telecom ja tinha confirmado a parceria através da Lei de Incentivo, este ano disputaria a Fórmula Chevrolet, a principal categoria de carro monoposto no Brasil, chassis techspeed, motor 2.0 16v , cambio hewland 5 marchas. A equipe também estava definida era a M4t Racing, chefiada por Miguel Ferreira, eram os atuais Campeões na categoria B. Entramos com o projeto no governo que foi aprovado.
                  Estava em Brasilia para os treinos de pré-temporada, seria a primeira vez que pilotaria um carro da fórmula chevrolet, antes de sair para a pista sr. Miguel me disse : "vai com calma hein menino, isso é um carro de corrida de verdade", estava bastante nervoso. Ao sair para pista pude perceber logo na primeira acelerada que o carro era muito rápido, nas primeiras voltas fui bem cauteloso, conhecendo bem o equipamento, a pista era novidade também, nao teve disputa na fómula junior nela. Depois que estava bem familiarizado com tudo comecei a acelerar mais, a força G lateral era grande, o carrro tinha muito contorno de curva, o volante pesava muito, pois nao tinha direção hidráulica, depois da primeira sessão meu tempo já era razoavél, mas faltava muito ainda. Na segunda sessão me empolguei mais, o tempo começou a baixar, em uma reduzida ultrapassei o giro do motor e acabei quebrando, trocamos o motor e fó poderia andar no dia seguinte. Continuei os treinos e baixei mais o tempo, terminei entre os mais rápidos da minha categoria.


Fórmula Chevrolet - Curitiba


                  Fui para São Paulo para mais 2 dias de treino para a pré-temporada, meus tempos foram muito bons, estava me sentindo muito bem com o carro, tinha muita confiança nele, a cada sessão meu tempo baixava ainda mais, o entrosamento com a equipe estava muito bom, aprendia bastante sobre o carro, o sistema de telemetria, estudava muito meus pontos de freada e de aceleração, terminei em São Paulo como o mais rápido, estava muito feliz com meus resultados. Em Curitiba seria a última cidade da pré-temporada e palco da 1ª etapa em abril, conhecia bem a pista, estava muito confiante com meu desempenho. Curitiba é uma pista muito veloz, exigiria muito de mim. Comecei me acostumando com a pista, na primeira sessão terminei como o mais rápido, na segunda outros concorrentes melhoraram e terminei em 3º. Para o último dia, buscamos um novo acerto, o carro ficou melhor, consegui acertar os pontos errados, virei uma volta muito boa, próxima da melhor pole position do ano anterior. Terminei a pré-temporada como um grande nome para o título daquele ano.


Primeira vitória

                    Estava tudo pronto para o início do campeonato em Curitiba, minha família estava muito apreensiva, o evento era um dos melhores do Automobilismo Brasileiro. Nos treinos meu carro estava muito bem acertado, fui o mais rápido deles, na tomada de tempo me concentrei bastante, fiz umas voltas de aquecimento e coloquei pneus novos, acertei na última volta o tempo de 1:18.941, era o novo recorde da categoria B, fiquei na 3ª colocação no geral ( as categorias A e B andam juntas), foi algo surpreendente para todos. Antes da corrida procurei me concentrar ao máximo, eram 20 carros no grid, eu estava na pole da minha categoria e em 3ª na geral, tive uma boa largada, procurei não me envolver nas disputas da categoria A, mantive a 1ª colocação e abri uma boa vontagem sobre o segundo colocado, um pouco depois da metade da corrida senti a embreagem patinar nas saidas de curva, fiz o contato no rádio com a equipe que me passou para não forçar muito, reduzi o rítmo, a corrida passou de tranquila para tensa, mas graças a Deus terminei na 1ª colocação, minha primeira vitória no Automobilismo, comemorei muito, nunca tinha sentido uma felicidade tão grande, ao abraçar meu pai choramos muito, superamos muitas coisas para chegar naquela vitória.


Vitória na etapa de São Paulo

                  Para a etapa de São Paulo as coisas continuavam indo bem, fui novamente o mais rápido nos treinos e na tomada de tempo conquistei a pole position, larguei em 5º na geral. Para a corrida larguei bem, me mantive em primeiro toda a corrida, teminando em 1º, minha segunda vitória na categoriae em 4º na geral, era o líder do campeonato, apontado como o favorito ao título.
                 Em Brasília aconteceriam as 4ª e 5ª etapas, voltava ao circuito de ínicio, nos treinos estava muito bem, mas desta vez o piloto da casa Zeca Cardoso que era meu amigo já na fórmula Júnior estava muito bem também, a cada treino travávamos a disputa pelo melhor tempo. Na tomada de tempo da 4ª etapa cravei o melhor tempo e na tomada da 5ª etapa, fiz novamente a melhor volta agora estabelecendo o novo recorde do circuito com o tempo de 1:56.890. Na largada da 4ª etapa mantive a primeira colocação, depois de algumas voltas quebrou a 5ª marcha e fiquei sem reta, fui superado por dois competidores, terminado em 3º lugar. Para a largada da 5ª etapa me mantive na primeira colocação, até a metade da corrida fui muito pressionado pelo Zeca, a quarta marcha começou a escapar, o que me obrigava a contornar as curvas de alta velocidade somente com uma mão, acabei perdendo a colocaçao e terminando em 2º lugar. Havia terminado o Tornei Bosch que representava a primeira metade do campeonato, fui o Campeão, meu primeiro título brasileiro, fiquei muito feliz, minha família muito satisfeita, meus patrocinadores me elogiaram muito, minha equipe, todos que haviam me apoiado.


Acidente em São Paulo

                   Cheguei em São Paulo para a 6ª etapa, na sexta-feira foi a entrega dos troféus de Campeões e Vice do Torneio Bosch, estava presente toda minha familia, um momento de muita felicidade. Nos treinos a equipe testou algumas modificações, o carro ficou rápido e terminei os treinos como o mais rápido. Para a tomada de tempo meu carro apresentou problema e me classifiquei em 4º lugar. Para a corrida precisava fazer uma corrida de recuperação, larguei bem e fui buscando colocações, na 6ª volta estava na cola do 1ª colocado, contornei o S do Senna e na entrada da reta oposta coloquei do lado para fazer a ultrapassagem, quando estava lado a lado ele jogou o carro para cima, afastei o meu até chegar na grama, nao tirei o pé, ele jogou o carro novamente e tocamos roda com roda, meu carro foi lançado para o guard rail e meu carro capotou por 200 metros, fiquei desacordado até chegar no ambulatório, quando acordei achava que estava em goiânia, quando recordei meus sentidos lembrei de tudo, logo os médicos fizeram exames de sensibilidade nos pés, estava sentindo tudo, foi um grande alívio, percebi uma dor no pulso e tornozelo, fui levado para o hospital ainda havia suspeita de traumatismo craniano pois meu capacete tinha rachado, fiz todos os exames e nada foi constatado graças a Deus, quando estava no quarto minha namorada me ligou, tinha saido no fantastico, pronto estava famoso, durmi e pela manhã fui liberado.
                    Ao chegar em Campo Grande começava a batalha, não tinha mais um carro para correr e talvez não teria condições fisicas para correr na próxima etapa pois só tinham 20 dias para a corrida do Rio de Janeiro. O problema do carro foi resolvido, o filho do chefe da minha equipe o Mauricio (Full Time) que tambem tinha uma equipe na Fórmula Chevrolet vendeu um, mas o grande problema era ter condições fisicas para competir, os médicos de Campo Grande me falaram que eu precisava ficar 30 dias com o gesso e depois começar mais 15 dias de fisioterapia, era impossível diputar a próxima etapa. Então meu pai deixou nas minhas mãos, em momento algum ele me obrigou a nada, decidi tirar o gesso uma semana antes da corrida e fazer uma fisioterapia rápida até viajar para o Rio, eu me lembro que na viagem de carro fui fazendo compressas quente e fria. A dor no pulso encomodava e nao conseguia pisar no chao, o tornozelo não era tanto problemático pois era o esquerdo, eu só usava na largada, mas o pulso era o direito e usava para as trocas de marcha. Minha vontade de vencer e estar nas pistas superava toda a dor que eu estava sentindo.


Comemorando a vitória no Rio de Janeiro

                  No Rio de Janeiro muitos vieram me dar força, quando sai para os treinos estranhei muito o carro novo, estava ainda muito recente, meu psicológico ainda estava abalado, doía muito para passar as marchas, acabei me acostumando e comecei a virar rápido, terminei os treinos entre os 3 primeiros. Para a Tomada de Tempo fiz o 3º tempo. Para a corrida estava muito nervoso, procurei me concentrar ao máximo, não larguei bem, não tinha apoio no pé da embreagem, perdi algumas posições, antes da primeira curva me bateu uma total insegurança, não conseguia reagir, acabei perdendo o ponto de freiada e encostei no no carro do meu companheiro de equipe, nada aconteceu e continuei a corrida, estava em 6º lugar com um ritmo muito fraco, depois de 3 voltas comecei a reagir e voltar a confiança, uma força divina me tomou de uma forma que não sei explicar, fui passando os competidores até ficar em 3º atrás do 2º que era o piloto que havia me tirado, o líder quebrou e o pace car entrou na pista, agora estava em 2º e diputaria novamente a liderança com ele, a força nao me deixou e continuei firme, relargamos, agora estava estudando uma boa hora para a ultrapassagem, pois sabia que ele nao jogava limpo, fiz a ultrapassagem na reta principal sem problemas desta vez, faltavam 5 voltas, quando a placa de última volta apareceu meu coração foi na boca, fiz ela impecável, quando entrei na reta para a bandeirada minha emoção era tanta que comemorei e equeci de passar a marcha, bateu o limitador de giro e passei a marcha, o segundo colocado chegou a colocar do lado mas eu passei a 0.032 de diferença para ele. A emoção tomou conta de mim, nunca comemorei tanto uma vitória como aquela, chorava muito, venci algo muito importante na minha vida, essa força me ajuda até hoje, em momentos dificeis ela me guia.



Buscando um acerto em Goiânia


                   Fui para Goiânia, a pista estava muito ruim, era para corrermos em Campo Grande, a pista tinha acabado de estrear, mas o calendário já estava definido, não me acertei e terminei em 3º lugar. Na etapa do Rio de Janeiro novamente, não tive um bom desempenho e terminei novamente em 3º lugar. Em Curitiba, não estava indo bem, então meu pai se reuniu comigo e tivemos uma boa conversa, estava passando por uma fase ruim, não conseguia bons acertos no carro, na corrida meu carro quebrou e eu não somei pontos. Para a etapa de Londrina era minha última esperança para continuar na briga pelo título, nos treinos fiquei entre os 3 primeiros, estava me sentindo bem na pista. Na corrida vinha em 2º quando um piloto da categoria A saiu da pista por causa da chuva e acabou me atingindo me tirando da corrida, era o fim da briga pelo título, estava em 3º lugar no Campeonato, precisava vencer a última etapa e o lider tinha que fazer apenas 4 pontos.



Vitória na última etapa em SP

                  Chegou a última etapa em São Paulo, eu só podia pensar em vencer. Nos treinos a equipe teve um bom acerto, fui rápido e terminei entre os 3 primeiros. Na tomada de tempo meu carro apresentou um problema e acabei fazendo o 4º tempo. Estava muito decidido para a corrida sabia que tinha um bom carro, o problema foi solucionado, ainda tinha esperanças para o título, corrida só se define na bandeirada, o lider do campeonato iria largar dos boxes para não ter problemas, fiz uma boa largada e comecei a me recuperar, fui para 2º e depois assumi a liderança, venci a corrida, fiquei muito feliz, fiquei com o vice-campeonato, com os descartes 1 ponto atrás do Campeão. Comemorei bastante com minha equipe, minha familia e meus amigos.
                 Em Campo Grande iria acontecer a entrega do prêmio dos melhores esportistas do ano, evento organizado pelo Gorverno de Mato Grosso do Sul, fui eleito o melhor do ano na categoria Automobilismo, a cerimônia foi bem legal.
                Em São Paulo aconteceu a entrega do troféu de Campeão e Vice da temporada, ocorreu tudo bem, a festa foi bonita. Começava agora os preparativos para a próxima temporada, ja sabiamos que a Fórmula Chevrolet deixaria de existir e entraria em cena a Fórmula Renault. Em Campo Grande uma equipe trouxe 3 carros da Fórmula Renault Italiana para pilotos se adaptarem nos carros, estava presentes nomes como Lucas Di Grassi, André Prioste, Pedro Larriera, entre outros. Me adaptei bem ao novo carro, cambio agora era sequencial, diferencial blocante, era uma outra tocada. Tinhamos que esperar o começo do ano para entrar com o projeto no governo para conseguir o bonus, a Brasil telecom confirmou novamente o patrocínio através do bônus.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

sábado, 14 de janeiro de 2012

2000 - A criação da Fórmula Júnior e Lei de Incentivo no MS

Primeira volta no F-Júnior em Curitiba



                     O ano de 2000 começou com dois acontecimentos, o surgimento da categoria escola da CBA, a Fórmula Júnior e em Mato Grosso do Sul da Lei de Incentivo ao Esporte, foi uma notícia que mexeu com todos os esportistas, a esperança havia voltado. Deus abençoou minha carreira, tinha uma chance única, uma categoria para quem estava iniciando no Automobilismo e uma lei de incentivo para buscar recursos. A lei funcionava assim, o Governo do MS destinava 5% da arrecadação do ICMS ao esporte, era preciso ser feito um projeto e apresentá-lo na Secretaria do Governo MS, seria avaliado e caso aprovado o esportista teria que trocar o bônus em empresas interessadas.
                    Fizemos o projeto e conseguimos a aprovação, foi uma felicidade muito grande, buscamos então a empresa, fomos na Brasil Telecom, ela aceitou em fazer a parceria, pronto, minha participação na Fórmula Júnior estava confirmada. Nessas horas eu paro e penso, as coisas mudam, sempre existe uma esperança. Fui para o treino inaugural da categoria em Curitiba/PR, quando entrei no carro parecia uma lata de sardinha, apertado, os movimentos eram bem limitados. Era só uma apresentação da categoria, então o giro do motor estava limitado, o carro na pista era diferente de tudo o que eu havia pilotado, as marchas eram bem curtas, a resposta do voltante era rápido, utilizava o motor 1.6 chevrolet e um chassis argentino.



com o pessoal do governo e brasil telecom




                   Seriam realizados treinos para a pré-temporada, em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. No começo a adaptação nao foi muito difícil, fui melhorando gradativamente os tempos, procurei aprender primeiro do equipamento, dos circuitos, era tudo muito novo para mim, a tocada era muito precisa, nao aceitava erros. Terminei os treinos de pré-temporada entre os 5 melhores tempos, fiquei bastante satisfeito, ja estava apreensivo para a 1ª etapa que seria em Curitiba.
                  Nosso trabalho de mídia estava muito bom, a imprensa estava apoiando bastante, para um esportista e para a empresa é algo vital. Na 1ª etapa em Curitiba foi bem nos treinos, precisava melhorar, estava é claro em fase de aprendizado, não seria na primeira corrida que andaria bem. Todos os pilotos da categoria eram iniciantes, mas haviam nomes fortes do kartismo brasileiro, como Raphael Matos, Julio Campos, Diego Freitas, José Luis Medrado, Zeca Cardoso, João Palazzo, Duda Azevedo, Giuseppe Vecci, Luis Sobral, entre outros. Na Tomada de Tempos marquei o 5º tempo, os tempos estavam bem próximos e a disputa na corrida seria acirrada. Na corrida fiz uma boa largada e mantive a pocisão, fui acompanhando o ritmo do pelotão da frente, fui para 4º lugar na metade da corrida e faltando algumas voltas fui para 3º lugar terminando a 1ª etapa no podio, fiquei muito feliz, estava bastante realizado, minha familia ficou muito feliz.

                     3ºlugar - 1ªetapa Curitiba/PR

                    Para a 2ª etapa que seria novamente em Curitiba estava mais confiante, nos treinos estava rápido, terminei entre os 3 primeiros com chances de conquistar a pole position. Junto com os mecânicos que preparavam meu carro, fizemos um bom acerto para a tomada de tempo, tinha alguns pontos que precisava melhorar. Fui para a classificação, e me concentrei ao máximo nos pontos em que precisava melhorar, consegui melhorar e marquei a pole position, fiquei muito feliz, estava bastante realizado. O domingo amanheceu chovendo, fiquei preocupado, todo trabalho de acerto agora não servia para nada, para completar no Warm-up escapei na subida para o pinheirinho e acabei batendo, a coisa ficou tensa, os mecânicos da categoria se mobilizaram e conseguiram fazer as reparações. Fui para a corrida sem o acerto ideal para a chuva, era o que Deus quizer. Larguei bem, mas na primeira volta ja fui ultrapassado, meu carro nao tinha condições de ser guiado, a chuva apertou, procurei não arriscar muito, me mantia na pista pelo menos, quando terminou não fazia ideia de que posição tinha chegado, acabei em 6 º lugar.



Pole position na Fómula Júnior




                     Estava em momento muito bom da minha carreira, me dedicando bastante, aprendendo cada vez mais, fazendo marketing, estava muito feliz, não deixava subir na cabeça nem mudar a pessoa que eu era, estava aproveitando a oportunidade que Deus havia me dado naquele momento da minha vida.
                    Fui competir agora em São Paulo, celeiro do automobilismo brasileiro, é um lugar onde qualquer piloto quer estar, senti muita difículdade no traçado, nos treinos fiquei entre os 5 primeiros. Na tomada de tempo marquei o 6º tempo. Fiz uma corrida de recuperação e acabei na 4ª posição. Na etapa de Goiânia fui regular novamente, era uma pista nova, não havia pressão em parte alguma, todos sabiam que precisava aprender muito, precisava de calma e tranquilidade para desenvolver meu trabalho, terminei a etapa novamente em 4º lugar.



Brasileiro de kart cat. fórmula A





                    Em julho iria acontecer em Campo Grande / MS o Campeonato Brasileiro de Kart, fui para o kartódromo acompanhar apenas, quando surgiu a oportunidade de participar, me emprestaram o equipamento, a Brasil Telecom patrocinou as despesas de inscrição e combustível. Era uma chance boa de matar a vontade do kart e da pista onde aprendi, o equipamento era algo novo, o motor 100 cc tinha uma outra tocada e estilo de carburação, sofri pra caramba, estavam na disputa Sergio Jimenez, Lucas Di Grassi, Roberto Streit e Gustavo Sonderman. Acabei termiando em 10º lugar, apesar de não ter obtido um bom resultado valeu a experiência, foi mais um aprendizado na minha carreira, estava focado mesmo na Fórmula Júnior, queria melhorar meu desempenho.



Etapa junto com a F-Truck





              Estava me preparando para a segunda metade do campeonato, disputaria agora no Autodromo do Rio de Janeiro, outra pista nova, consegui um bom acerto nos treinos, mas ainda estava muito limitado, não tinha uma evolução expressiva. Na tomada de tempo larguei na 5ª posição, para a corrida me mantive regular, sem cometer erros, mas sofri um toque e acabei abandonando.
              A próxima etapa seria uma rodada dupla em Curitiba, ja tinha um conhecimento da pista o que me trazia uma certa confiança, nos treinos meu equipamento não estava com um bom desempenho, estudei com meus mecânicos o que poderia estar acontecendo e não chegamos a um fator decisivo. Larguei em 6 º lugar, fiz uma corrida de recuperação e terminei em 4º lugar. Na outra etapa, completei novamente em 4º lugar. Comecei a me preocupar, o campeonato estava terminando e precisava de um bom resultado, estava começando a pensar na próxima temporada, a melhor categoria para mim era a Fórmula Chevrolet. Pensando nisso resolvemos contratar um assessor técnico que trabalhava na M4T, uma equipe da Fórmula Chevrolet.
              Agora com o Marcelo me ajudando no acerto do carro as coisas poderiam melhorar, partimos para a etapa de São Paulo, procuramos um acerto de chassis, o carro ficou melhor, melhorei os tempos, mas o problema estava no motor, nao tinha desenvolvimento, ai não tinha o que fazer, uma troca de motor era arriscada, resolvemos ficar com o mesmo. Na classificação fiz o 4º tempo, fiz uma corrida boa, estava na 3º posição, sofri um toque e sai da pista, voltei na 7ª posição, me recuperei e terminei na 5ª colocação.



meu pai comigo no podio




                 Restavam duas etapas que aconteceriam em Curitiba, minha regularidade rendeu frutos, estava na disputa pela Copa Verão, o que representava a segunda metade do campeonato. Nos treinos fizemos um bom acerto do carro e terminei entre os 3 primeiros, tinha a pista de Curitiba bem na mão, na tomada de tempo marquei o 4º tempo, na corrida busquei melhorar meu ritmo e me manter nas primeiras pocisões, terminei em 5 º lugar. Para a última etapa estava largando em 3º lugar com chances de ser campeão da copa, fiz uma boa largada e me mantive em 3º, durante a corrida meu ritmo era forte, com o 3º lugar eu era campeão da copa, mas um parafuso da suspensão quebrou, consegui terminar em 5º lugar, e acabei ficando com o vice-campeonato.
                  A Brasil Telecom ficou satisfeita com o trabalho realizado e confirmou a parceria perante a apresentaçao do bonus no ano seguinte, também me acertei com a M4T como equipe para a Fórmula Chevrolet na categoria B. Fiquei bastante animado, comecei minha preparação para a proxima temporada.




Vice-Campeão da Copa Verão






































quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

99 - Hot Fusca no MS

Primeiro carro na Hot-Fusca



        O inicio de 99 estava bem dificil para a familia, um ladrao invadiu nossa casa pela manha e meu pai acabou levando um tiro, as coisas ficaram piores quando depois de 2 meses ele ficou sabendo que possuia hepatite C. Não via nenhuma opção para pilotar naquele ano, então surgiu a idéia de andar na Hot-Fusca em Campo Grande, um campeonato na terra com fuscas preparados, era uma novidade para mim, nunca havia pilotado um carro com marcha. Fiquei animado, isso seria muito bom para meu pai, para alegrá-lo um pouco, pois o clima na familia não era dos melhores.
                 Conhecemos um preparador chamado Moacir, ele tinha um fusca para vender e fazer a assessoria de pista. Não ia ter muitos custos para não trazer mais problemas na familia. As corridas aconteciam em Campo Grande / MS no Autódromo Vécio Barbosa, localizado no bairro Otávio Pécora.  Na minha primeira corrida senti muita dificuldade, não me acertava com as marchas, o estilo de guiada era totalmento diferente, o carro escorregava muito por causa de ser na terra, acabei não terminando por problemas mecânicos.




Segunda pintura no mesmo carro



                   Meu pai procurou outro preparador, um conhecido dele indicou o Faracco, um bom preparador que entendia bastante de motor de fusca. O carro foi todo refeito, colocamos pneus proprios para a terra de competição, o chassis foi reforçado, o motor foi todo preparado, cambio com engrenagens novas, em fim, era um outro carro. Foi para a etapa, ainda tinha dificuldades, era uma tocada totalmente nova para mim, o carro nao se parava só com o freio que nem no kart, era preciso usar freio a motor, mas nao podia se forçar tanto, foi um aprendizado. O equipamento estava melhor, o motor era um canhão, respondia bem nas saidas de curva. A corrida era composta de 2 baterias, na primeira terminei em 5º lugar e na segunda não terminei. Terminei a etapa confiante, sabia que estava começando a andar bem e na proxima etapa iria andar melhor, tinha o problema que não havia como treinar, somente nos finais de semana da corrida, isso impedia o meu crescimento.



Primeira vitória na Hot-Fusca




                 O campeonato da terra possui um outro espirito, o clima de amizade é muito forte, existe sim o lado competitivo, mas as equipes se ajudam mais, a vitória é decidida na pista mesmo. Fizemos mais alguns ajustes e não via a hora de ir para a etapa, estava bem confiante e mais a vontade com o carro e o estilo de tocada.
                A cada treino da etapa, meu tempo baixava cada vez mais, já estava no mesmo segundo do mais rápido, que era o Jeferson Vasconcelos, outro filho do meu antigo preparador do kart. Na tomada de tempo fiz o 3º tempo bem próximo da pole position. Antes da largada fiquei nervoso, quando se tem chances de vencer a coisa muda, a adrenalina é maior. Larguei bem e fui para cima, assumi a segunda posição de fui para cima do líder, comecei a forçar para cima, até que consegui a ultrapassagem, mantive um ritmo forte e venci a bateria, comemorei muito, estava andando muito bem, estava me sentindo bem a vontade, ja tinha me acostumado com o novo estilo de tocada. Na segunda bateria estava largando na pole, novamente o nervosismo apareceu, mesmo ali onde a competição era quase entra amigos, mas existe uma frase : "Corridas são corridas". Larguei bem, mative a ponta, me mantive em primeiro mais da metade da corrida, quando tive problemas mecanicos e tive que abandonar. No somatório das baterias terminei em 3º lugar, estava satisfeito, estava competitivo, fiz uma boa evolução.




Novo carro da Hot-Fusca



                     Meu chassis na última etapa sofreu uma quebra, tinha que comprar um novo chassis, achamos um chassis em bom estado e fizemos a preparação dele, o motor foi revisado, na pintura busquei me basear no meu capacete, o carro ficou um espetáculo, bem feito, com uma mecânica totalmente nova, meu pai estava bem empolgado, estava distraindo ele bastante.
Fui para a etapa, nos treinos ja sentia a diferença do equipamento, o carro era bem mais rapido de curva, tinha mais frente. Na tomada de tempo meu carro estava perfeito e marquei o melhor tempo, o carro estava muito bom. Para a primeira bateria estava calmo, sabia que meu equipamento estava bem acertado, era só ter paciência. Larguei bem e abri uma boa diferença, venci a primeira bateria. Na segunda larguei bem novamente e uma boa distancia, nao sofri pressao de ninguém, mas tive problemas mecânicos e abandonei. Na somatória terminei em 3º lugar. Estava mais uma vez satisfeito, mas merecia aquela vitória, o clima era de amizade sem cobranças, estava feliz, estava ali para me divertir.

Podio da última etapa



                O campeonato estava terminando, foi uma ótima experiência, um ambiente muito familiar, com pessoas humildes, de boa índole, sou muito feliz em ter disputado. Meu preparador fez os reparos necessários, nos treinos se apresentou muito rápido novamente, ele tinha um ótimo acerto, fui o mais rápido. Na tomada de tempo, acertei uma ótima volta, um dos melhores tempos da temporada, fiz a pole position com uma boa vantagem sobre o segundo colocado. Na primeira bateria não larguei bem e perdi a ponta, fui atrás e assumi novamente, mantive um ritmo forte sem cometer erros e venci a bateria. Na bateria seguinte larguei bem e abri uma boa vantagem, quando parecia que finalmente iria obter meu primeiro podio em 1º lugar, tive uma falha mecânica e abandonei a corrida, foi até engraçado, novamente terminei em 3º lugar.
                Meu pai não gostou nada do que estava acontecendo, terminou com o preparador e decidiu vender o carro, eu estava tranquilo, sabia que estava aprendendo, era um campeonato sem tanto peso, mas também, as falhas mecânicas foram muitas, deixei de vencer 3 corridas e um possível título. Estava novamente afastado do automobilismo e não via nenhuma outra categoria para disputar.